O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta de análise no contexto do suporte à decisão. Este modelo de gestão de desempenho organizacional procura traduzir a estratégia de uma empresa num conjunto de objectivos operacionais. A avaliação do desempenho para cada um dos objectivos operacionais é conseguida através da medição de um conjunto de indicadores de natureza financeira e não financeira (Cortes, 2005).
No início da década de 90 os medidores financeiros foram alvos de críticas quanto ao seu papel no desempenho organizacional por não terem capacidade preditiva e, por isso, em 1993 Robert Kaplan e David Norton da Harvard Business School decidiram desenvolver o Balanced Scorecard.
O BSC surgiu da necessidade de quantificar e gerir correctamente os activos intangíveis da organização, emergindo como uma ferramenta que permite executar a estratégia, balanceando os dados financeiros com outros indicadores indutores de performance futura em quatro perspectivas que garantem a obtenção de resultados (Kaplan e Norton):
· Financeira
· Cliente
· Processos internos
· Aprendizagem e Crescimento
Fig. 1 - Perspectivas
Após a identificação da visão e das perspectivas de análise é necessário definir as medidas e os indicadores que serão utilizados na medição do cumprimento dos objectivos. Já com o BSC implementado, segue-se a fase de monitorização e de avaliação.
Um BSC é constituído pelos seguintes elementos:
· Missão, visão, valores
· Temas estratégicos
· Objectivos estratégicos
· Indicadores de desempenho (métricas)
Lagging: indicadores de resultado
Leading : indicadores de acção
· Perspectivas
· Mapa Estratégico
Fornece uma representação visual das relações de causa e efeito entre os componentes da estratégia de uma organização.
· Metas (targets)
· Iniciativas
Vantagens
ü Mais que um sistema de mensuração de desempenho, o BSC é um tradutor da estratégia e comunicador de desempenho (Kaplan e Norton) à A proposta do BSC é tornar perceptível, para todos os níveis da organização, a visão, missão e estratégia para que todos saibam o que fazer e de que forma as suas acções têm impacto no desempenho organizacional;
ü Fornecer aos gestores uma visão global e integrada do desempenho organizacional;
ü As dependências dos objectivos estão claramente identificados o que permite atacar com precisão as limitações organizacionais;
ü Capacidade de ligar o planeamento estratégico à execução;
ü Facilita os processos de análise reduzindo a informação necessária em cada tomada de decisão a um conjunto mínimo de indicadores que traduzem eficientemente a situação de uma organização;
ü Melhorar o feedback e a aprendizagem estratégica: depois de definidas as acções a executar para que os objectivos estratégicos sejam atingidos, o resultado das medições dessas acções devem servir para verificar a validade das iniciativas tomadas, aferir da eficiência das mesmas ou se as mesmas precisam de ser melhoradas para concretizar o objectivo.
Desafios
ü Manutenção;
ü Usar uma estrutura forte para construir o BSC (ter a missão e visão bem identificadas);
ü Ter noção que um BSC é um projecto de longo prazo;
ü Formação;
ü Construção do mapa estratégico de acordo com aquilo que a organização pretende.
Pitfalls
ü Os limites do BSC são essencialmente culturais. Nem todas as organizações estão preparadas para comunicarem a todos os níveis hierárquicos, os seus objectivos e respectivas realizações;
ü A organização deve ter bem delineado aquilo que pretende de forma a desenhar um BSC adaptado à sua realidade;
ü Não se deve assumir que as relações de causa-efeito são precisas;
ü Falta de compromisso por parte da gestão de topo;
ü Não existir formação e manutenção contínuas.
Referências
Sistemas de Suporte à Decisão, Bruno Corte (Junho, 2005), FCA-editora de informática
Business Intelligence – A Managerial Approach; Efraim Turban, Ramesh Sharda, Dursun Delen, David King (2008); Pearson
The Balanced Scorecard – Translating Strategy into Action, KAPLAN, Robert S., NORTON, David P.(1996) , Harvard Business School Press.
Management Systems, a practical approach to transforming organizations; Thomas H. Lee, Shoji Shiba, Robert Chapman Wood (1999)
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